A aventura dos Pequenos Japoneses de Mahoutokoro
POR AYLIN AMUNDSEN
As Escolas de Magia e Bruxaria no mundo, de modo geral, convidam e aceitam alunos a partir dos onze anos de idade, todavia, há uma escola que não segue este padrão: Mahoutokoro, a Escola do Japão. A escola, que é feita de jade de gordura de carneiro e fica no ponto mais alto da ilha vulcânica de Minami Iwo Jima, recebe as crianças desde os sete anos de idade, embora esses não embarquem até os onze.
Chamados de “estudantes diurnos”, as crianças bruxas viajam todos os dias sobre as costas de rebanhos de pétreis gigantes, que fazem o trajeto casa-escola-casa incansavelmente. O convite inicia logo em que os pequenos completam sete anos de idade, independente se a data ocorra no começo, meio ou fim do ano, visto que as atividades exercidas na escola não demandam um início formal, como acontece para os alunos a partir dos onze.
A escolha de enviar os filhos para Mahoutokoro é, exclusivamente, dos pais; sendo o fato não obrigatório. Alguns familiares acreditam que encaminhá-los para a escola, desde cedo, é extremamente positivo, visto que os pequenos são inseridos no mundo da magia quando suas mentes estão mais aptas para absorver e aceitar o novo. Há quem diga também, que o melhor é esperar, permitindo às crianças terem, de fato, a infância.
Para os novos bruxinhos é realizado o momento de integração, monitorados por alunos do sexto ou sétimo ano, eles conhecem a escola como um todo, bem como o corpo docente e são apresentados às regras. Posteriormente, são encaminhados aos professores infantis, que são responsáveis por apresentá-los aos primeiros conceitos e práticas bruxas.
Já nos primeiros dias, os pequenos iniciantes passam por um teste para determinar em qual grupo ele irá se encaixar: Tatakai ou Kenkyū. O primeiro é destinado àqueles que exibem aptidão para duelos, já o segundo, para quem centrará seus esforços para a pesquisa, de modo geral. Desse modo, apesar de possuir outras funções e atividades a realizar, o foco dos três anos iniciais se dá a partir de tal classificação.
Dentre as atividades exercidas, algumas se destacam como as mais divertidas: trato de animais domésticos; como manter a bruxaria em segredo; amizade com trouxas; modalidades de nado (todos os métodos são auxiliados por poções ou feitiços); feitiços simples e história das estrelas. Além disso, os pequenos também são apresentados às principais normas e regulamentações do mundo bruxo, bem como às possibilidades de estudos, áreas e escolas de magia e bruxaria do mundo.
O dia, que é repleto de atividades, costuma passar rápido, conforme relatos. As refeições são realizadas em horários diferenciados, para não coincidirem com as dos alunos em turno integral. Mahoutokoro recebe, em média, cerca de novas 30 crianças por semestre, tornando a escola uma espécie de creche.
A viagem nos rebanhos de pétreis é um dos momentos mais esperados pelos pequenos, mas não desde o início. Ao ingressarem eles possuem uma espécie de monitor, que viaja ao seu lado, garantindo a segurança. Quando já acostumados, perdem a monitoria lado-a-lado e, passam a ser orientados somente pelo guia do rebanho, profissional responsável pelas viagens de ida e volta. Muitos até comentam sentir falta das viagens, ao embarcar.
De todo modo, não se pode negar que Mahoutokoro é uma escola inovadora, afinal, encaminhar as crianças desde cedo para o caminho correto, talvez seja, a diferença que precisamos.
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