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Q

uando foi que a cultura circense perdeu seu poder? Quando foi que as mocinhas pararam de fugir com os palhaƧos? Quando foi que perdemos o hĆ”bito de se reunir dentro de uma tenda para apreciar a magia e o mistĆ©rio? Pensando nisso a equipe do Pasquim foi em busca de respostas com uma antiga companhia, que ainda resiste em tempos tĆ£o difĆ­ceis.

“O circo Ć© um estilo de vida. Engana-se aquele que julga ser fĆ”cil ou relaxada, requer muita dedicaĆ§Ć£o e trabalho.” — Relatou Evan Pollok com mais de vinte e um anos de carreira. O estilo de vida dos artistas circenses Ć© muito difĆ­cil, muitas viagens e sem residĆŖncia fixa, o amor a arte Ć© essencial nessa jornada. NĆ£o existe aposentadoria, nĆ£o existe pausa e nem descanso, treinos intensos e largos sorrisos no rosto.

Ɖ comum histĆ³rias de artistas que morreram durante uma apresentaĆ§Ć£o, nĆ£o sĆ³ aqueles que se descuidaram, mas tambĆ©m por causas naturais. Recentemente Jasmin LĆ³pez de 72 anos veio a falecer de causas naturais enquanto se apresentava em seu mais famoso nĆŗmero com criaturas mĆ”gicas. “Foi uma perda inestimĆ”vel para a arte bruxa.” — Lamentou a equipe da companhia Circus on Mars.

O alto nĆŗmero de integrantes que desenvolvem casos graves de depressĆ£o e ansiedade no meio da comunidade chega aos 40%. Desde 1976 vem acontecendo a conscientizaĆ§Ć£o dos artistas circenses sobre os distĆŗrbios mentais e a importĆ¢ncia de acompanhamento mĆ©dico especializado. “A falta de residĆŖncia fixa torna o tratamento mais difĆ­cil.” — Assumiu a medibruxa responsĆ”vel por coordenar assistĆŖncia a essas famĆ­lias.

Exigem do seu corpo o mĆ”ximo, os treinos sĆ£o severos e qualquer deslize pode causar a sua vida. A vida de uma crianƧa que nasce no meio dessa arte nĆ£o Ć© nada normal, com poucos anos jĆ” comeƧam a se apresentar e aprender na prĆ”tica sobre os negĆ³cios da famĆ­lia. “Quando se Ć© crianƧa tudo Ć© brincadeira e a gente nĆ£o tem preocupaƧƵes, sabe? Mas com o passar dos anos as cobranƧas aparecem e a gente percebe que tudo vai ficando um pouco mais sĆ©rio.” — Explicou a bailarina Isabel HĆ¼tz

A famĆ­lia Pollok Ć© famosa e grande no meio circense bruxo, por seus nĆŗmeros com criaturas ferozes e perigosas, ganhou o coraĆ§Ć£o de muitos espectadores por todo o mundo. Na dĆ©cada de cinquenta muitos Magizoologistas se juntaram Ć s companhias para acompanhar de perto esse trabalho. Muitas tĆ©cnicas foram aprendidas e grandes debates levantados, que se estendem atĆ© os dias atuais. Relatos de maus tratos e crueldade com as criaturas revoltou grande parte da populaĆ§Ć£o, deixando a arte de adestrar menos atrativa nas apresentaƧƵes.

“Eu amo e respeito todas as criaturas do mundo! Amo e respeito a natureza que vivo, nĆ£o seria capaz de machucar nem uma mosca.” — Desabafou o adestrador GĆ©rard Volpato. Cada paĆ­s possui uma regulamentaĆ§Ć£o ministerial diferente e cabe aos responsĆ”veis fiscalizar as temporadas. No ano de 2006 o ministĆ©rio da magia InglĆŖs multou a companhia EalaĆ­n Agus Saol por transporte inadequado de criaturas de alto risco.

Na prĆ³xima ediĆ§Ć£o vamos conversar com ex-integrantes do Incantatem Circus e descobrir como a mais famosa companhia chegou ao fim de forma tĆ£o trĆ”gica.

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